data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Eduardo Ramos
As obras no Calçadão de Santa Maria foram assunto da primeira reunião presencial de um fórum formado por mais de 90 lojistas para cobrar uma solução da prefeitura. O encontro, que contou com a participação de uma parte dos integrantes do grupo, ocorreu na noite desta segunda-feira, no auditório do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas).
A possibilidade de contratação de um serviço independente para a fiscalização e o acompanhamento das obras do Calçadão foi uma das propostas levadas pelos comerciantes, chegando a ser abordada no encontro, mas considerada inviável pelo jurídico. Além disso, estavam na lista de pautas o levantamento das principais demandas e sugestões, com o objetivo de buscar soluções e minimizar os impactos da obra. Tudo isso acompanhado de um parecer sobre a viabilidade jurídica das ações propostas.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcio Rabelo, diz que o grupo foi criado para cobrar solução para as obras, que se arrastam desde janeiro de 2020 e sofreram paralisações.
- Em um primeiro momento, fizemos uma força-tarefa de colaboradores, diretores da Câmara de Dirigentes Lojistas e alguns lojistas, visitando todos os estabelecimentos do Calçadão, da 2ª quadra da Bozano e da Floriano Peixoto (entre Venâncio Aires e Niederauer), para buscar adesões para a criação do fórum de discussões acerca da obra do Calçadão e seus impactos ao comércio - explica o presidente da entidade, Marcio Rabelo.
De acordo com o presidente da CDL, após a reunião presencial de ontem, já há uma sinalização da prefeitura para um encontro com integrantes do fórum ligado ao assunto, com representantes da prefeitura e também de instituições que estão sendo responsáveis pela execução dessa obra. Em 11 de maio, devem ser abertos os envelopes com propostas das empresas para tocar as obras.
- Acreditamos que vamos conhecer o vencedor da licitação para que a gente tenha esperança de dias melhores e de uma solução definitiva para esse problema que há tempos vem afetando tanto a circulação das pessoas no Centro, quanto impactando também na ordem econômica desses estabelecimentos e do varejo que atua no local - afirma.
A prefeitura informa que aguarda um posição da reunião e reforça que o processo de licitação está em andamento.
A história da tradicional sorveteria que fechou as portas no Calçadão após 45 anos
PREJUÍZOS
Principal rua do comércio de Santa Maria sofrem prejuízos com a queda no movimento devido aos serviços, que começaram há mais de dois anos. Em março, a tradicional sorveteria Woltmann fechou as portas após 45 anos. Como o Diário mostrou na semana passada, a queda de clientes devido às obras no Calçadão pesou na decisão de encerrar as atividades.
Na Confeitaria Copacabana, um dos principais estabelecimentos do Calçadão, a porta de acesso dos clientes, que era mantida aberta para a circulação de ar por causa da pandemia, agora, está encostada durante o expediente por causa da poeira das obras. Mesmo assim, o chão e os vidros precisam de limpeza cinco vezes por dia.
- O movimento diminuiu bastante porque é pó, é sujeira, pedras no chão, o pessoal cai aqui na frente. Então, está bem complicado de trabalhar. Barulho também. O pessoal reclama muito. Ficamos tristes de, infelizmente, não poder receber os clientes à altura que eles merecem, no coração da cidade - diz a gerente da Copacabana, Tatiana Segala, 33 anos.
De acordo com ela, o que se busca é ter uma resposta do Executivo sobre o tempo necessário para a conclusão do trabalho:
- O que a gente quer é que a prefeitura converse, explique se vai ser rápido, se não vai ser rápido, se a gente pode ficar tranquilo para receber nossos clientes, trabalhar normal.
A falta de atratividades no Calçadão fez com que a gerente da Zana, uma loja do setor de vestuário, Pâmela Lutz, 34 anos, também registrasse queda de movimento.
- As obras estão atrapalhando bastante. Famílias não se deslocam para o Calçadão para fazer as compras. Isso, agora na Páscoa, interferiu bastante para nós - reclama Pâmela.